Pesquisadores desenvolveram um novo tipo de concreto que utiliza um biomineral abundante e impressão 3D para capturar dióxido de carbono (CO₂) de forma mais eficiente que os métodos convencionais e sem comprometer a resistência do material.
A inovação, publicada na revista Advanced Functional Materials, pode ajudar a reduzir a pegada de carbono da construção civil, responsável por cerca de 8% das emissões globais de CO₂.
Como funciona o concreto
A nova técnica combina cimento com terra diatomácea (TD), um material natural e poroso, para criar uma mistura que é então impressa em 3D em geometrias complexas.
Essas estruturas, conhecidas como superfícies mínimas triplamente periódicas (TPMS), possuem uma área de superfície muito maior do que um bloco sólido, permitindo uma absorção de CO₂ mais rápida e profunda.
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O que muda no impacto
Os resultados mostraram que o novo material absorveu 142% mais CO₂ do que o concreto padrão em apenas sete dias. O design geométrico permitiu uma redução de até 78% no uso de material para construir uma viga, aumentando a relação entre área de superfície e volume em mais de 500%.
Um dos maiores desafios da captura de carbono no concreto é que o aumento da porosidade para absorver mais gás geralmente enfraquece a estrutura. Mas a equipe descobriu que a adição de terra diatomácea não só facilitou a impressão, como ajudou o concreto a atingir uma resistência à compressão comparável à do material convencional após o período de cura.
Além disso, o processo de carbonatação, reação química que captura o CO₂, fortalece ativamente o material ao longo do tempo. Segundo o estudo, a combinação de um material inovador com um design inteligente oferece uma estratégia viável para criar estruturas mais duráveis e menos poluentes.