Energia limpa reverte emissões de CO2 na China pela 1ª vez

Energia limpa reverte emissões de CO2 na China pela 1ª vez

Pela primeira vez, as emissões de dióxido de carbono (CO₂) da China começaram a apresentar queda, mesmo com a economia em expansão. O marco histórico foi impulsionado pelo crescimento acelerado das fontes renováveis no país – solar, eólica e nuclear – que superou o ritmo de aumento da demanda por eletricidade.

Um estudo do Centre for Research on Energy and Clean Air (CREA) mostra que, no primeiro semestre de 2025, as emissões de CO₂ caíram 1% em relação ao mesmo período de 2024, com destaque para a energia solar. A geração de energia a partir de fontes limpas superou o aumento da demanda por eletricidade, reduzindo o impacto das fontes fósseis.

Segundo a agência Reuters, as emissões do setor elétrico, principal responsável pelo CO₂ no país, caíram 60,5 milhões de toneladas entre janeiro e maio. Isso se deu graças a um aumento de 23% na geração limpa, apesar das usinas a carvão ainda somarem 75% da matriz.

+ China constrói centro no ‘teto do mundo’ para desenvolver supercomputador sustentável

+ China sinaliza que vai investir em fundo de florestas proposto pelo Brasil

A atuação da China vai além do território nacional. Somente em 2024, as exportações de tecnologias limpas – como painéis solares, baterias e EVs – evitaram 220 milhões de toneladas de CO₂ anualmente fora da China e devem chegar a cerca de 4 bilhões de toneladas ao longo de sua vida útil.

A guinada para setores de energia limpa também reflete uma transformação mais ampla na economia chinesa, acelerada pela guerra comercial iniciada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Diante de tarifas e restrições impostas a produtos chineses, Pequim intensificou esforços para reduzir a dependência das exportações e fortalecer o mercado interno. Essa estratégia impulsionou investimentos em infraestrutura, mobilidade elétrica e produção de alta tecnologia.