A busca por fontes de energia renovável ganhou um novo aliado que explora um fenômeno físico natural: a energia osmótica, ou “energia azul”. O método consiste na geração de eletricidade a partir do encontro entre a água doce e a água salgada, um cenário abundante em fozes de rios e estuários ao redor do globo.
O princípio: a tecnologia baseia-se na diferença de salinidade entre dois corpos d’água para criar pressão e mover turbinas.
A vantagem: diferentemente da solar ou eólica, a produção é ininterrupta (Base Load), não dependendo de fatores climáticos.
Na prática: projetos no Japão e na Dinamarca já utilizam o método para abastecimento local e dessalinização.
O processo baseia-se na osmose, fenômeno físico em que a salinidade de dois volumes de água tende a se equilibrar quando separados por uma barreira específica. Ao colocar água doce e água salgada em lados opostos de uma membrana semipermeável , a água doce migra naturalmente para o lado da água salgada. Esse fluxo cria uma pressão osmótica significativa, capaz de acionar turbinas geradoras de eletricidade sem a emissão de gases de efeito estufa.
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Estabilidade na rede elétrica
A grande vantagem competitiva da energia osmótica sobre outras fontes limpas, como a eólica e a solar, é a sua constância. Por não depender da incidência de sol ou da força dos ventos, ela oferece um fornecimento de energia de base (baseload) ininterrupto, crucial para a estabilidade das redes elétricas.
A tecnologia já saiu do papel. No Japão, uma usina moderna opera continuamente combinando águas fluviais e oceânicas para gerar eletricidade suficiente para alimentar uma planta de dessalinização adjacente. Na Europa, a Dinamarca também investe no setor com uma usina de menor porte, que inova ao utilizar salmoura proveniente de minas de sal como fonte de alta salinidade.