Entenda como os celulares afetam o ambiente

Produção de celulares é prejudicial ao meio ambiente - Foto: Envato

Nos dias atuais, ter um celular é quase que indispensável. Porém, enquanto cada cidadão possui um smartphone dentro do bolso, poucos têm consciência sobre os efeitos ambientais negativos que são gerados pelos aparelhos.

No Reino Unido, por exemplo, 85% da população adulta tem um celular e, segundo a Gartner, 1,5 milhão de smartphones foram vendidos mundialmente em 2017. Os benefícios e facilidades trazidos pelos eletrônicos são indiscutíveis, mas os vestígios de gases e outros poluentes deixados pela produção, uso e descarte dos telefones indicam que uma nova postura ambiental ainda deve ser adotada.

Entendendo o conceito de “pegada de carbono”

Para compreender as consequências ecológicas de um produto, local, indivíduo, serviço, organização ou evento, usa-se o medidor conhecido como “pegada de carbono”. O nome é dado justamente porque todo processo resulta em uma marca ou vestígio de carbono, como uma “pegada”.

De modo geral, a métrica calcula a quantidade total de gases de efeito estufa (GEE) emitida para a atmosfera — tanto direta quanto indiretamente — por um produto, entidade ou fenômeno.

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Produção: etapa mais poluente

A etapa da produção concentra 80% da pegada de carbono de um smartphone. Para fabricar o produto, são utilizados metais preciosos como alumínio, cobalto, cobre, ouro, paládio, platina, prata, tântalo, estanho, tungstênio e outros.

Além do consumo desses materiais, que podem ficar escassos com o tempo, os processos de mineração utilizados para extraí-los consomes enormes quantidades de combustível. Antes do início da vida útil, o celular implica em diversos impactos negativos sobre o meio ambiente.

O restante da pegada de carbono deixada pelos aparelhos é distribuído entre o uso do eletrônico ao longo de seu funcionamento (16%) e transporte entre fornecedor e consumidor (4%).

A melhor forma de conter os índices seria com maior monitoramento dos métodos de mineração e mais conscientização pública. Mas as empresas multinacionais não são obrigadas a divulgar informações sobre a pegada de carbono ou as práticas ambientais de seus fornecedores.

Riscos após o descarte

Com versões de celulares das principais marcas, como Apple e Samsung, lançados em intervalos cada vez menores, a tendência é de aumento do descarte e geração de resíduos.

Pesquisas estimam que menos de 16% de todo o lixo eletrônico do mundo é reciclado, o que faz com que esses componentes dos aparelhos descartados acabem em aterros sanitários ou outras derivações inapropriadas.

O lixo eletrônico libera substâncias nocivas, como arsênio, chumbo, mercúrio e zinco, além de retardantes de chamas bromados, que podem poluir a atmosfera e prejudicar a saúde das populações locais.