Desde que foi anunciada como sede da COP30, a cidade de Belém (PA) é questionada quanto à capacidade de receber o principal evento climático do mundo.
As críticas se intensificaram após a crise hoteleira registrada a poucos meses do evento, com preços elevados e pouca disponibilidade de hospedagem na capital paraense.
Nesta quarta-feira, 16, porém, a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou uma solução parcial para o problema de estadia: a contratação de dois navios como unidades de estalagem. Conforme informações fornecidas pelo site oficial da COP30, o governo gastou R$ 30 milhões para admitir as embarcações.
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Como funciona o contrato
O Contrato de Garantia de Solução de Hospitalidade foi efetuado por meio da Casa Civil da Presidência da República com a agência Embratur. Ele prevê a disponibilização de seis mil leitos em navios, com uma reserva inicial de leitos destinados à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
O acordo possui valor total de R$ 263 milhões, mas o gasto federal previsto é de R$ 30 milhões, correspondentes às vagas destinadas para equipes do Secretariado da ONU e para a contratação da Embratur. Segundo a organização do evento, o restante do valor será coberto pela venda de cabines, feita por uma operadora a ser empregada pela Embratur — sem custeamento público, portanto.
A negociação dos valores finais com as operadoras de navios será conduzida pela própria Embratur, que receberá R$3,7 milhões pelo serviço de modelagem, planejamento, contratação, gestão, supervisão e análise qualitativa das operações contratadas. Este pagamento já está incluído no desembolso inicial.
Além disso, o contrato também separa 500 leitos para países em desenvolvimento e reserva técnica cujos custos serão cobertos pelo Fundo Fiduciário da UNFCCC ou pelos países interessados. Todo o processo contou com a participação da AGU (Advocacia-Geral da União) e da CGU (Controladoria-Geral da União), com o objetivo declarado de “garantir a segurança jurídica e transparência ao processo”.