Linha de defesa dos oceanos: como barreiras flutuantes estão limpando rios pelo mundo

Brasileiros ainda encontram dificuldades para praticar a reciclagem. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A poluição plástica que assola os oceanos começa, na maioria das vezes, de forma silenciosa, nos rios que cortam as nossas cidades. É nesta frente de batalha que uma tecnologia inovadora está a agir, criando uma linha de defesa crucial para a vida marinha antes que o dano se torne irreversível.

A solução consiste em barreiras flutuantes estrategicamente posicionadas que guiam o lixo para embarcações especiais. Estes barcos, movidos a energia solar e totalmente autónomos, interceptam o plástico, armazenam-no em contentores e enviam um alerta quando estão cheios. Todo o material recolhido é então encaminhado para a reciclagem.

O sistema já provou o seu valor: até agora, impediu que 29 mil toneladas de plástico chegassem ao mar. Para se ter uma ideia, o volume equivale ao peso de quase 2.400 autocarros.

A tecnologia tem sido implementada em pontos críticos ao redor do globo, especialmente em países costeiros com chuvas intensas e cidades populosas, da Ásia às Américas, onde o risco de escoamento de plástico é maior.

Embora eficazes, os criadores do projeto reforçam que estas barreiras são apenas uma parte da solução. Para vencer a guerra contra o plástico, é fundamental atacar o problema na sua origem, em terra. Isso exige uma melhor gestão de resíduos, a redução drástica da produção de plásticos descartáveis e a implementação de regulamentações globais mais rigorosas.