A COP30 é a 30º edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, marcada para acontecer entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA). O evento vai reunir líderes de quase 200 países para discutir como frear o aquecimento global e lidar com os impactos das mudanças no clima.
O encontro é aguardado com expectativa por autoridades brasileiras devido à oportunidade de realocar o País como referência ambiental internacional. Além de destacar o papel estratégico da Amazônia na regulação do clima global, a COP30 deve servir para mostrar avanços no combate ao desmatamento e na transição para uma economia de baixo carbono.
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O que é a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas?
A COP – sigla para Conferência das Partes (Conference of the Parties) – é o principal encontro global sobre mudanças climáticas, organizado pela ONU. Ela foi criada a partir da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), assinada em 1992 durante a Eco-92, no Rio de Janeiro.
Na ocasião, o tratado reuniu países comprometidos em enfrentar o aquecimento global, e a COP nasceu como o fórum anual onde essas nações se reúnem para negociar ações e revisar seus compromissos. Hoje, quase 200 países participam do encontro, que busca definir medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aumento da temperatura do planeta.
É nas COPs que surgem os principais acordos internacionais voltados ao clima, como o Protocolo de Quioto (1997) e o Acordo de Paris (2015).
Por que ela é importante?
A COP é o único espaço onde quase 200 países se reúnem anualmente para negociar uma resposta coletiva à crise ambiental do Planeta Terra. Especialistas frequentemente apontam a gravidade da atual situação climática, em que efeitos do aquecimento global se materializam nas chuvas intensas, descongelamento de geleiras, secas, enchentes e ondas de calor sofridas ao redor do mundo.
Além de definir tratados, a importância da COP reside em sua capacidade de transformar necessidades ambientais em ação política. Ela serve como o principal palco para negociar o financiamento climático – com países ricos ajudando países em desenvolvimento -, estabelecer transparência sobre as ações de cada nação e aplicar pressão diplomática para que os governos aumentem planos de corte de emissões.
Quem participa?
A COP é dividida em dois grupos principais de participantes. O primeiro é o núcleo oficial de negociação (geralmente realizada na “Zona Azul”), que inclui as delegações dos quase 200 países-membros, compostas por diplomatas, ministros e negociadores técnicos. Juntam-se a eles os observadores credenciados pela ONU, incluindo agências intergovernamentais, cientistas e representantes de ONGs e da imprensa internacional.
O segundo grupo, muito mais vasto, ocupa os espaços paralelos (como a “Zona Verde”), que são abertos ao público e à sociedade civil. Este grupo inclui uma enorme diversidade de agentes, como empresas do setor privado, acadêmicos e cientistas partilhando pesquisas, povos indígenas, sindicatos, ativistas e o público em geral, que participam de painéis, exposições e manifestações para influenciar o debate.
O que se discute?
- Redução das emissões de gases de efeito estufa;
- Proteção de florestas e ecossistemas;
- Financiamento climático para países mais pobres;
- Transição energética (menos carvão, mais energia limpa);
- Adaptação a eventos climáticos extremos.
Por que a COP30 será no Brasil?
A COP30 será realizada no Brasil porque o País tem papel central na agenda climática global, especialmente por abrigar cerca de 60% da Floresta Amazônica – um dos principais ecossistemas do planeta para o equilíbrio do clima e a absorção de carbono. A escolha de Belém (PA) como sede simboliza a importância da Amazônia nas discussões sobre meio ambiente e dá visibilidade aos povos originários da região.
Além disso, a realização do evento no Brasil marca o retorno do País ao protagonismo nas políticas ambientais internacionais, após um período de afastamento sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão contou com apoio de diversos países e organismos internacionais, que enxergam na COP30 uma oportunidade de aproximar o debate global sobre o clima fora do eixo do “primeiro-mundo”.