Por que governo Lula promete que a COP30 seja a conferência da ‘implementação’?

Presidente defende que conferência abandone mero caráter simbólico e passe a cobrar resultados palpáveis

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante discurso sobre a COP30 - Foto: Ricardo Stuckert

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promete que a COP30, que será realizada em Belém (PA), marque o início de uma nova fase nas negociações globais sobre o clima – a era da “implementação”. O termo, repetido por Lula em entrevistas e discursos recentes, resume a principal cobrança do Brasil aos países participantes, buscando transformar anos de compromissos e metas em ações concretas.

Nós queremos ver se é possível inaugurar uma nova fase da COP de implementação. […] Chega de discussão, agora tem que implementar o que nós já discutimos”, afirmou o presidente nesta terça-feira, 4, em entrevista à AFP e outras agências internacionais.

Lula defende que a conferência, marcada para os dias 10 a 21 de novembro, abandone o mero caráter simbólico e passe a cobrar resultados palpáveis, como a redução efetiva de emissões e o financiamento de projetos ambientais.

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Segundo novo relatório da ONU, as emissões globais de gases de efeito estufa cresceram 2,3% em 2024 em relação ao ano anterior, o que mostra que o mundo ainda está longe de reverter o avanço das mudanças climáticas. Para Lula, a COP30 deve servir como um divisor de águas – com ênfase no protagonismo brasileiro.

“Nós já tivemos várias COPs, muitas decisões foram tomadas e muitas não foram executadas. Não queremos que a COP continue sendo uma feira de produtos ideológicos. Nós queremos que ela seja muito séria, que as coisas que nós decidimos possam ser implementadas.”

É por isso que a escolha de Belém como sede também carrega simbolismo. Trata-se da primeira vez que a conferência será realizada na Amazônia, região significativa para o equilíbrio climático do planeta. Segundo o petista, o objetivo foi mostrar o bioma de perto aos líderes globais.

“A gente decidiu fazer aqui [Belém, Brasil] porque não queria comodidades, queríamos desafios. E queríamos que o mundo viesse conhecer a Amazônia”, explicou.