Presidente da COP29 cobra meta de $ 300 bi e cumprimento de promessas

Mukhtar Babayev afirmou que o mundo entrou em 'uma década que exige entrega, não debate'

O presidente da COP29, Mukhtar Babayev, faz discurso de despedida durante a cerimônia de abertura da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém
O presidente da COP29, Mukhtar Babayev, faz discurso de despedida durante a cerimônia de abertura da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém Foto: AFP

Na abertura da COP30 em Belém, nesta segunda-feira, 10, o presidente da COP29, Mukhtar Babayev, fez um apelo contundente para que os países cumpram as promessas de financiamento climático estabelecidas em conferências anteriores. O discurso ocorreu durante a entrega formal da presidência da COP ao Brasil, agora liderada pelo embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30.

  • Presidente da COP29 cobrou a entrega da Meta de Financiamento de Baku, acordada no ano passado.
  • Babayev afirmou que mundo entrou em “uma década que exige entrega, não debate”.
  • Metas incluem duplicar fundos de adaptação até 2025 e mobilizar $ 300 bilhões anuais até 2035.
  • Ex-presidente alertou que “um mundo em mudança não é desculpa para retroceder” nos compromissos.

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Mukhtar Babayev sublinhou o engajamento contínuo do Azerbaijão ao apelar pela entrega da histórica Meta de Financiamento de Baku, acordada na COP29. Ele observou que o mundo havia entrado em “uma década que exige entrega, não debate”, e que “estes foram acordos coletivos, mas a entrega depende de atos individuais – país por país.”

Sobre o financiamento climático, o presidente destacou três marcos essenciais que definem os próximos dez anos de apoio internacional aos países em desenvolvimento:

  • Duplicar o financiamento para a adaptação até 2025 (descrito como “urgente”);
  • Triplicar as saídas dos fundos climáticos da ONU até 2030;
  • Mobilizar pelo menos $ 300 bilhões por ano até 2035.

O presidente da COP29 ressaltou que a cobrança acontece em um momento crítico, enquanto os países estão submetendo seus mais recentes planos climáticos. “Os países não podem reduzir as emissões ou proteger as comunidades se não puderem contar com capital”, disse ele.

“Um mundo em mudança não é desculpa para retroceder”, acrescentou. “Nós já sabíamos que o mundo estava mudando quando concordamos com a meta. Muitos usaram essas mudanças para justificar não ir além. Elas não podem ser usadas novamente como razão para não cumprir os compromissos.”

Como gesto simbólico, os canais de mídia social da COP29 publicaram uma “fatura” figurativa, detalhando os recentes compromissos.

Mukhtar Babayev alertou que o retrocesso no primeiro ano de implementação “minaria todo o processo”. Contudo, ofereceu uma visão positiva: “Ao cumprir as promessas passadas, restauramos a fé no sistema. […] Desmantelamos a desconfiança que vimos com muita frequência. E restauramos o sentido de propósito da COP.”