Um relatório da Mission Possible Partnership divulgado nesta quinta-feira, 19, apontou que futuros projetos de produção de materiais de baixo carbono precisarão de um financiamento cinco vezes maior ao atual. Cerca de 250 bilhões de dólares foram alocados para produzir itens de baixo carbono em setores com altas emissões do elemento, como combustíveis, metais e produtos químicos. As informações são do “Mint” e da “Reuters”.
Conforme o relatório, foi anunciado em todo o mundo um custo de 1,6 trilhão de dólares em projetos com produção de materiais de baixo carbono que ainda não foram financiados. Os países do “cinturão solar” respondem por 59% desse pipeline de investimentos, enquanto os EUA por 18%, a União Europeia por 10% e a China por 6%.
Indonésia e Marrocos, países recém-industrializados que integram o “cinturão solar”, garantiram um quinto do investimento de 250 bilhões de dólares em plantas industriais limpas. Conforme o relatório, 69 projetos de produção de materiais de baixo carbono já estão em operação, enquanto outros 65 já receberam financiamentos e mais 692 foram anunciados mas ainda não possuem investimentos.
A Mission Possible Partnership é uma organização sem fins lucrativos que deseja impulsionar o crescimento da indústria limpa. O grupo recebe apoio instituições como o Bezos Earth Found — do magnata Jeff Bezos — o Fórum Econômico Mundial e o ITA (Acelerador de Transição Industrial) — estabelecido pela COP28.
Segundo Faustine Delasalle, CEO da Mission Possible Partnership e executivo do ITA, países do “cinturão solar” devem ultrapassar o ocidente em setores como a amônia renovável, usada como fertilizante. “A nova geração de plantas industriais irá para onde poderá ter acesso a eletricidade abundante, confiável, barata e limpa para produzir materiais, produtos químicos e combustíveis”, pontuou.
Além da amônia, outra área da indústria limpa com crescimento é a de combustíveis sustentáveis para a viação. Há também 33 projetos de usinas siderúrgicas com emissões quase nulas, mas é necessário que 90 sejam financiados até 2030 para que as metas de zero emissões líquidas do setor sejam atingidas.