Um novo relatório produzido por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) acende um alerta sobre a expansão da atividade extrativista no País. O documento identifica o surgimento de novas áreas de tensão onde a mineração — tanto industrial quanto o garimpo ilegal — pressiona territórios de povos originários, comunidades quilombolas e unidades de conservação.
Expansão do conflito: O estudo mapeia o crescimento de requerimentos minerários em zonas de amortecimento de parques nacionais e áreas de preservação permanente.
Impacto social: O relatório destaca o aumento de denúncias relacionadas à contaminação de bacias hidrográficas e à restrição de acesso a recursos naturais por populações locais.
Vigilância acadêmica: Os dados servem como subsídio para órgãos de controle e para a formulação de políticas públicas voltadas à mitigação de impactos socioambientais.
Links relacionados:
Meio ambiente: os desafios para conciliar mineração e preservação biológica
Direitos indígenas: a luta contra o avanço do garimpo em terras demarcadas
Diagnóstico de pressão territorial
A pesquisa da UFF revela que a valorização de commodities minerais no mercado global tem impulsionado a abertura de novas frentes de exploração, muitas vezes sem a devida consulta prévia às comunidades afetadas. O relatório aponta que a ausência de fiscalização robusta em áreas remotas facilita a consolidação de conflitos que envolvem desde disputas por terra até danos irreversíveis à biodiversidade.
Segundo os pesquisadores, o mapeamento detalhado dessas zonas é fundamental para evitar o escalonamento da violência no campo. O documento ressalta que muitos dos novos focos de tensão estão localizados em estados das regiões Norte e Centro-Oeste, onde a fronteira mineral avança sobre biomas sensíveis como a Amazônia e o Cerrado.
“A identificação dessas novas áreas é um passo crucial para garantir que a legislação ambiental e os direitos humanos sejam respeitados diante do avanço da atividade extrativista.”
Trecho do relatório da Universidade Federal Fluminense (UFF)
Insegurança jurídica e sustentabilidade
O estudo também analisa o impacto da insegurança jurídica na regulação do setor. A sobreposição de títulos minerários a áreas protegidas gera uma judicialização que trava investimentos legítimos e, ao mesmo tempo, não interrompe a exploração predatória. A UFF defende que a sustentabilidade do setor mineral depende de um planejamento que considere os limites ecológicos e sociais dos territórios.
Com informações da Agência Brasil