Mineração avança e relatório da UFF identifica novas áreas de conflitos no Brasil

Levantamento aponta pressão sobre territórios indígenas e comunidades tradicionais; expansão mineral ameaça biomas e amplia insegurança jurídica no campo

Mina Córrego do Feijão
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um novo relatório produzido por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) acende um alerta sobre a expansão da atividade extrativista no País. O documento identifica o surgimento de novas áreas de tensão onde a mineração — tanto industrial quanto o garimpo ilegal — pressiona territórios de povos originários, comunidades quilombolas e unidades de conservação.

  • Expansão do conflito: O estudo mapeia o crescimento de requerimentos minerários em zonas de amortecimento de parques nacionais e áreas de preservação permanente.

  • Impacto social: O relatório destaca o aumento de denúncias relacionadas à contaminação de bacias hidrográficas e à restrição de acesso a recursos naturais por populações locais.

  • Vigilância acadêmica: Os dados servem como subsídio para órgãos de controle e para a formulação de políticas públicas voltadas à mitigação de impactos socioambientais.

Links relacionados:


Diagnóstico de pressão territorial

A pesquisa da UFF revela que a valorização de commodities minerais no mercado global tem impulsionado a abertura de novas frentes de exploração, muitas vezes sem a devida consulta prévia às comunidades afetadas. O relatório aponta que a ausência de fiscalização robusta em áreas remotas facilita a consolidação de conflitos que envolvem desde disputas por terra até danos irreversíveis à biodiversidade.

Segundo os pesquisadores, o mapeamento detalhado dessas zonas é fundamental para evitar o escalonamento da violência no campo. O documento ressalta que muitos dos novos focos de tensão estão localizados em estados das regiões Norte e Centro-Oeste, onde a fronteira mineral avança sobre biomas sensíveis como a Amazônia e o Cerrado.

“A identificação dessas novas áreas é um passo crucial para garantir que a legislação ambiental e os direitos humanos sejam respeitados diante do avanço da atividade extrativista.”

Trecho do relatório da Universidade Federal Fluminense (UFF)

Insegurança jurídica e sustentabilidade

O estudo também analisa o impacto da insegurança jurídica na regulação do setor. A sobreposição de títulos minerários a áreas protegidas gera uma judicialização que trava investimentos legítimos e, ao mesmo tempo, não interrompe a exploração predatória. A UFF defende que a sustentabilidade do setor mineral depende de um planejamento que considere os limites ecológicos e sociais dos territórios.

Com informações da Agência Brasil