Você sabia que por baixo do concreto e do asfalto de São Paulo existe um universo aquático com centenas de rios? À medida que a metrópole cresceu, essa vasta rede hidrográfica foi canalizada e enterrada, desaparecendo da paisagem. Mas, como alerta o projeto Rios e Ruas, esses rios não desistiram de nós; eles ainda dão seus sinais.
José Bueno, um dos fundadores da iniciativa, mapeou o que podem ser cerca de 800 rios escondidos sob a cidade. Para ele, trazer esses cursos d’água de volta à superfície é uma questão de bem-estar coletivo. “Quer devolver a visibilidade desse rio para quê? Para o bem-estar de quem? Não só do rio, mas da gente. A cidade é beneficiária de um processo de regeneração”, afirma.
A proposta de “renaturalizar” os rios paulistanos vai muito além da estética. Rios vivos e expostos funcionam como um “ar-condicionado natural”, ajudando a refrescar a cidade e a combater as ilhas de calor. Além disso, eles são aliados cruciais no combate às enchentes que tanto complicam a vida urbana, pois ajudam a reter e a drenar a água da chuva.
Diante das emergências climáticas e dos eventos extremos cada vez mais frequentes, a reconexão com esse patrimônio hídrico se torna urgente. “Criar essa nova conexão, essa nova relação entre a cidade e as águas é urgente”, reforça Bueno.
Redescobrir e “libertar” os rios de São Paulo é, portanto, um caminho para uma cidade não apenas mais bonita, mas fundamentalmente mais resiliente, saudável e sustentável.
Texto editado com ajuda de IA e supervisão de jornalistas