O trimestre entre agosto e outubro é conhecido no setor energético como safra dos ventos, período em que o Nordeste brasileiro registra os ventos mais intensos e constantes do ano, fundamentais para a geração de energia eólica.
Em 2025, as condições atmosféricas se mostram especialmente favoráveis, segundo análise da AtmosMarine, consultoria especializada em meteorologia e oceanografia. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Nordeste é responsável por 93% da energia eólica de todo o Brasil.
+ Piauí emitirá créditos de carbono em troca de ações de combate ao desmatamento
+ ‘Calculadora Verde’ promete simular impactos ambientais de obras públicas; entenda
Entenda os fatores de influência
Os ventos alísios, que predominam nessa época, são intensificados pela aproximação do anticiclone subtropical do Atlântico Sul (ASAS) em direção ao continente.
Além disso, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Atlântico Tropical está acima da média, o que aumenta a possibilidade de entrada de umidade no continente e ocorrência de chuvas, especialmente na Bahia e em parte do Piauí. Para os demais estados do Nordeste, a expectativa é de precipitação dentro da média histórica.
Outro fator importante é o atual estado do fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS), que está em fase neutra. Isso significa que o comportamento dos ventos e chuvas passa a ser mais influenciado pelas condições do Atlântico.
“Quando o ENOS está neutro, o papel do Atlântico se torna ainda mais decisivo na dinâmica climática da região. E, neste ano, o oceano está colaborando com a intensificação dos ventos”, explica Gabryele de Carvalho, meteorologista da Atmosmarine.
Segundo a meteorologista, a expectativa é de ventos consistentes e favoráveis para a geração eólica nos próximos três meses.
“É um cenário positivo para o setor, mas é importante lembrar que a previsão sazonal possui incertezas. Por isso, o acompanhamento frequente dos modelos climáticos continua sendo essencial para o planejamento das operações”, finaliza Gabryele.