Com a demissão do último negociador climático e extinção do Escritório de Mudanças Globais do Departamento de Estado, os Estados Unidos devem ficar de fora de um dos maiores eventos sobre mudanças climáticas do mundo: a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), prevista para ocorrer em novembro, no Brasil.
Segundo informou a CNN, mesmo os parlamentares americanos que costumam participar da conferência não conseguiram obter o credenciamento, já que não contavam com a equipe climática do Departamento de Estado.
O presidente Donald Trump segue com seu projeto de retirar os EUA da diplomacia climática internacional, enfatizando o negacionismo frente ao aquecimento global. Ao fechar o escritório federal responsável por representar o país em temas ecológicos, o republicano preocupa ambientalistas.
“Qualquer trabalho relevante relacionado será gerenciado em outros escritórios do Departamento, conforme apropriado”, afirmou um porta-voz do Departamento de Estado à CNN.
Histórico de sabotagem a programas climáticos
A atitude de Trump reitera promessas de mandatos antigos, com histórico de embate com cientistas e ativistas ambientais. Assim como fez durante a primeira temporada como presidente, o americano tirou os EUA do Acordo de Paris quando voltou à Casa Branca, em janeiro de 2025. Trata-se de um contrato com objetivo de manter o aquecimento global do planeta abaixo de 2°C até o final do século.
Não satisfeita, em julho deste ano, a gestão republicana revogou a base científica que permitia regulação de gases de efeito estufa, em um movimento que abre caminho para o enfraquecimento de diversas leis de proteção ambiental.
Vale lembrar que o Acordo de Paris foi firmado em 2015 justamente durante a COP21, o que demonstra a relevância da conferência. Agora, a postura de Trump preocupa ecologistas pela ausência de uma das maiores nações mundiais na COP30. O evento marcado para ocorrer em Belém, no Pará, terá uma edição histórica e deve definir as metas dos próximos 10 anos.